segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Depoimentos de mulheres

Depoimento 1: 
Situação:Porto Alegre, RS – funcionária pública – 51 anos – curso superior incompleto -casada- 1 filha
O agressor foi um ex namorado de 3 anos. Nunca dependi dele emocionalmente. Morávamos cada um em sua casa.
Relato da violência (principalmente a última, a que originou a denúncia).
Após eu ter terminado o namoro passou a me constranger publicamente, seguir e me perseguir em todos os locais onde eu estava. Ele achava que eu não teria coragem de denunciá-lo e que teria medo dele. Num só dia me mandou mais de 30 torpedos e fez mais de 50 ligações pra meu celular. Foi quando fiz a primeira denuncia. Todas as mensagens eram de xingamentos – puta, vagabunda, fracassada, e por aí eram todos. Acabei trocando de celular por causa disto.
Aí ele começou a ligar pra minha casa, insistentemente. Meu telefone passava o tempo todo fora do gancho. Até que uma noite foi até minha casa e tentou entrar. Não abri a porta e chamei a polícia. Ele acabou indo embora, mas publicou meu telefone num site pornô e vários tarados ficaram ligando pra minha casa, e na época minha filha tinha 12 anos.
Troquei também o telefone de casa e fiz nova denuncia 15 dias depois quando ele contra-atacou também pela internet me ameaçando.

Fonte: http://contramachismo.wordpress.com/2010/11/25/depoimento-de-lua-vitima-de-violencia-contra-mulher/
Depoimento 2: 
"Tenho nojo do meu corpo, medo de sair na rua e de ficar em casa. Não estou bem em lugar nenhum, acho que a qualquer momento vai acontecer de novo"
Garota, 13, vítima de estupro 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u874.shtml
Depoimento 3: 
Você nunca acha que algo vá acontecer com você que mora em uma casa boa, tem bons amigos e uma boa qualidade de vida até que acontece, não é? A 2 meses fui estuprada por dois homens (ou melhor, monstros) que estudam na UNICAMP e nunca havia contado a ninguém a não ser para minha ginecologista e meu ex-namorado (que me disse que o melhor era esquecer, que “tudo passa”.. e ainda achou que eu estavamentindo e ficava me cobrando sexo, amor e atenção.. Mas como eu poderia dar amor pra alguém se nem eu mesma me amo no momento?). Fiquei muito feliz em encontrar essa página, me senti acolhida, sabendo que existem pessoas que lutariam por mim, mesmo que minha mente, meu corpo e minha vida estejam revirados de uma maneira que nunca conseguiria explicar ou sentir, e eu me sentindo um lixo 24 horas por não conseguir me abrir sobre isso e ainda ser cobrada pelas pessoas pra ficar “bem”, comer, sorrir, viver. Esses dois filhos da puta que fizeram isso comigo andam livremente pelo campus, rindo, conversando e sendo gentis com tudo e todos como se nada tivesse acontecido.. e o pior de tudo é que eles ao me verem SORRIEM enquanto eu entro em pânico, tenho calafrios e vontade de sair correndo e apenas morrer, sumir. E o melhor de tudo: um deles me passou uma DST, mas que pelo menos é curável. É nessas horas que eu me pergunto “porque existem pessoas más assim? e porque eu sou vista como a ‘doente’ e ‘pária da sociedade’, não eles?”, eles ganharam alguma alegria me estuprando por 3 horas? eles se tornaram melhores por me deixarem com feridas físicas e psicológicas? foram beneficiados por me fazer ter vergonha de mim mesma e me esconder de tudo e todos? É ao fazer essas perguntas quase todo dia que eu sinto a maior raiva do mundo, de mim e principalmente deles. Não espero que eles morram, seria fácil demais ter um fim, eu realmente espero que de alguma maneira eles sofram de algum jeito pra sentirem, nem que seja 1\3 do sofrimento que estou sentindo e mudem. E um dia tenham o mínimo de consciência e moral (realmente espero, rezo, torço por isso) pra nunca mais fazerem isso de novo. Obrigada por criarem esse espaço para desabafar (foi um jeito que encontrei de me aliviar de alguma maneira) e (infelizmente) expor o que acontece em Barão e na UNICAMP, a iniciativa é ótima!” (Machismo na Unicamp).
Fonte: http://fashionatto.literatortura.com/2013/09/23/o-machismo-nosso-de-cada-dia-o-machismo-nas-universidades/

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